terça-feira, 14 de agosto de 2007

No Deserto

No Deserto estava-se muito melhor, dizia-me a Catarina na viagem de volta.
Eu respondia, Muito melhor, e olhava para a estrada sem fim e os campos lá fora a fazem-nos (à Ana também) lembrar as planícies da estrada 66, e subitamente compreendia que NÓS somos uma geração X, uma geração qualquer, à procura do nosso espaço e do nosso modo de viver na sociedade da informação. Coisa mais paradoxal, querer o melhor de dois mundos: Passamos uma semana a viver debaixo de uma àrvore, ou numa tenda, sem tv, sem pc, sem jornais nem pais, e vangloriamo-nos disso na viagem de volta, e até sofremos por antecipação a reinserção no mundo real, e a primeira coisa que fazemos quando chegamos a casa é meter todas as fotos e comentários no blogue, ler os jornais todos que conseguimos por a mão em cima, ver todos os notíciários da rtp para saber quem é o próximo a sair do Benfica. .. .
Temos que admitir, os media são um vício. As tvs, os computadores e a internet são uma droga. Decidimos que estamos bem sem eles, mas quando confrontados com, caímos na tentação. quem nos pode censurar? o problema é esse: ninguém censura ninguém, nem pode, senão saímos à rua de armas na mão a reivindicar um novo 25 de A. A cena é querer a desintoxicação e não voltar a tocar no produto. É como deixar de fumar, não é preciso muita merda, só vontade. Claro que se houver distanciação da cena é mais fácil.
Por isso deixo no ar o desafio subverso: Quem tem a coragem para acabar com a internet? Preciso de terroristas ao bom estilo do Fight Club.
P.S.: se me encontrarem morto ou desaparecido é porque os jagunços da CIA e do FBI leram este post e falharam em compreender a incoerencia do binómio mensagem/medium.

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